maio 29, 2012

Tropeço.

Um dia agitado. Uma noite sonolenta. O que parecia ser uma simples palestra monótona torna-se um tanto curiosa para meus pensamentos mais sombrios. Até aquele momento tudo parecia inútil, tudo parecia idiota, aquele blá blá blá em cima do palco, linguagem isso, linguagem aquilo. Faça, aprove, use, abuse. Nada disso me interessa.
Imagens passando pela tela e você simplismente fecha os olhos e não dá a minima importância. Uma leve sonolência toma seu corpo e você entra em transe.
Finalmente me entrego e desisto daquilo que seria uma noite só para escutar. Vou para casa e no caminho um súbito suspiro e uma lembrança vaga de um sentimento. Mas porque ali naquele lugar? Logo vem pessoas, linguagens, imagens e uma voz de fundo. Apesar dos olhos fechados naquele local, algo ficou guardado na memória, mesmo não vendo aquilo que passava na tela, eu sentia. Eu ainda sinto aquelas palavras sussurrando em meu ouvido e tocando o meu eu.
Algum lero lero de razão e sentimentalismo que não sai da minha cabeça, pelo que somos guiados?
Se amamos algo, lutamos por isso, somos guiados pelo afeto e a proximidade. Mas cadê a razão? Cadê essa porra de razão?
Não quero mais pensar sobre isso, não essa noite.

Um comentário:

  1. Onde está a razão? René Descartes sugeriu um método pelo qual a razão - e somente ela - guiaria o indivíduo pelas aparências e construiria a verdadeira ciência. "Penso, logo, existo" é a primeira certeza, o primeiro fato.
    Mas a razão não é suficiente para todos os momentos. Processo lógico algum substitui o senso de propósito que deriva de um desejo irracional ou de um afeto extremo. Já disseram, noutras palavras, que o coração tem razões que mesmo a Razão desconhece.
    Mas se a razão não explica o sentimento de forma satisfatória, ao menos serve para determinar como se procede, como o indivíduo julga ser melhor agir.
    Não sinta frustração por não saber onde está a razão, pois nesse questionamento sua razão está já a trabalhar. Questionar-se sobre seus sentimentos é proceder com o emprego da razão.
    É preciso cautela, não obstante, pois a razão não raro incapacita o coração. Torna o que pensamos ser vidro em concreto... e não é isso que queremos, é?

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