dezembro 30, 2012

Prisão.

A dor e o choro da despedida são coisas que ficam na memória. Parece que foi ontem que vi aquele adeus pela janela e ainda sinto aquelas lágrimas que escorriam pelo meu rosto. As marcas ficaram nos olhos das noites em claro em que soluçava por colo daqueles que amava e ainda amo, as manchas amarelas que ficaram nas roupas enquanto permaneciam jogadas no chão e a poeira dominava aquele lugar. O tempo fez com que aumentasse o amor e a dor da distância, do sofrimento e da agonizante amargura que a vida me proporcionou.
Distanciar de quem te ama e se distanciar de todos os sentimentos do mundo ou pelo fingir que se distanciou. Dá pra ver em seus olhos que você ainda quer viver e sentir aquilo que dizem que é bom e verdadeiro.
A ânsia de ter que enganar todos à sua volta e não dizer um "Eu te amo" ou então um simples "Gosto de você meu amigo", fingir que prefere estar sozinha e que os presentes que gosta de ganhar são os presentes que a vida te dá, aqueles que te machucam, que te fizeram ver o mundo da maneira como realmente é.
Quando chego e tenho vontade de falar tudo, deixo pra amanhã, ou quem sabe pro outro dia, outra época, sendo que isso vem sido adiado há duas décadas.
Nenhum problema resolvido, nenhuma palavra foi dita, nada em oculto que não será revelado. Eu sei que ainda há tempo de dizer, mas e se o amanhã não existir mais?

dezembro 29, 2012

Não entendam.

Finjo haver problemas em minha mente para poder ter desculpas de que o mundo é um mundo de desgosto. Na verdade eu sei o que acontece, a culpa sempre será de uma única pessoa, sim, aquela pessoa que está no seu interior.
Dói demais pensar que sua mãe tinha razão em dizer todas aquelas palavras, que você sempre esteve errada e que só há um jeito de mudar. Bate então a ânsia e a tontura e você se vê obrigada a ouvir ela.
Eu tento correr de tudo isso, mas como sempre... corro em vão. Correr não adianta, temos de enfrentar nossos problemas de cara, na frente e tomar umas porradas na cara, sofrer, porque em toda a dor há um prazer.
Dias dificeis se foram, dias dificeis estão por vir, o que resta é se acomodar e saber que cada dia será pior que o outro e nenhum dia é bom o suficiente para te fazer sorrir.
Não quero mais enganar essa dor dentro de mim, não quero mais te enganar minha amiga, eu não te quero e quero, sempre perto de mim. Olho pra você e vejo um sorriso torto, um sorriso feio, de amargura e angústia. Um sorriso caido e que ninguém nunca vai querer do lado.
Ninguém entende no momento, só eu e você. Ninguém nos vê juntas, só as marcas que aparecem a cada dia. Uma, duas ou três vezes ao dia eu te vejo e você me dá forças. A tontura volta, o gosto amargo e você jogada no chão.
E nos últimos tempos tem sido assim e sempre será. Não me abandone.