junho 03, 2012

Dar tempo ao tempo.

Uma criança incomum, assim todos acreditam quando ela era menor. Sempre quieta, nunca se misturando com outras crianças e sua vida tinha uma história diferente dos colegas de escola.
Vida sofrida? Todos temos. Partilhar sobre isso? Nunca!
Mas e se ela não compartilhasse com ninguém? Nunca saberiam o porque desse jeito fora do comum. Uma infância que alguns diriam que fora um pouco traumatizante. Discussões, gritos e lágrimas. Quebrar, destruir e machucar.
Quando pequena nunca soube o que era o significado de afeto, o que era um abraço sincero, o que era o amor de verdade, não aquelas mentiras. As horas passavam, os dias também e depois foram-se os anos, ela sempre ali distante do mundo. Familiares de longe não entediam o porque dos olhos distantes e vazios, aquilo era resultado de muitas noites sem dormir, escutando aqueles  tipicos ruídos de todas as noites. Todos os gritos, eles voltaram, mais fortes, mais fortes... se escondia embaixo da cama e chorava.
Crescia devagar e com aquela mesma vida pacata, ela não sabia, mas seus costumes haveriam de mudar, haveriam de ser diferentes e quem sabe poderia ser uma pessoa mais incomum ainda. Com os anos ganhou um coração sincero e verdadeiro, seus olhos ganharam vida, mas o semblante ainda era o daquela mesma menininha amedrontada, aparentando ser uma pessoa fria, que odiava tudo o que a cercava e que pedia para que o mundo se afastasse de dela.
Ela conseguiu. Todos sempre se afastam, de algum jeito que ela não consegue entender o porque. Queria não se importar com tais situações, mas não consegue, perseguindo-a dias e noites, proporcionando os piores sonhos, as piores noites de sono, aqueles velhos sentimentos voltam, aquela velha vontade de se distanciar de tudo e todos. Isso pode fazer mal para algumas pessoas, mas para ela... ah, isso a fortalece (ou apenas quer se enganar).
Chega de querer ter uma bola de cristal, chega de querer ver o futuro, deixe que tudo caminhe como esta. Sofrimento, dor e lágrimas...

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