Ou você muda... ou você morre.

Chegando no ápice do que pode-se dizer de uma vida frustrada e cheia de angústias, com mais um dia como aqueles que você quis esquecer e apagar da memória... o que você devia era ter mantido todas aquelas cenas e imagens em sua mente, só para não voltar praquele mesmo lugar.
Parada, atordoada, você fica nocauteada na frente do monstro de novo. A sensação de se olhar no espelho e ver aquela mesma menina assustada de oito anos atrás, aquela mesma expressão de isolamento e de depressão dia após dia. Abaixa a cabeça e Olha de novo no espelho, vê aquela mesma jovem de dois anos atrás, aquele olhar perdido, torto e a voz na sua orelha dizendo: "Vai lá e faça!". Hoje, uma mulher se olhando no espelho e todas as sensações passadas vem a tona, mais forte, mais intensa, mais, mais, e mais.
Ligue a torneira, beba um pouco de água e esqueça isso por enquanto, por um momento. Deixe-a aberta e olhe enquanto a água escorre pela cuba, escute o som da água percorrendo o encanamento, veja o sangue se misturando com ela novamente, indo tão suave e com aquela cor intensa pelo ralo abaixo, porque você sabe que é igual esse sangue, tão calma percorrendo um caminho pelo qual sabe que não tem volta, indo direto pra um esgoto, com sentimentos tão complexos e intensos como aquela cor.
Sinta aquilo te corroer por dentro, sinta todo o sangue dentro de você como se todos seus vasos , veias e orgãos tivessem se rompido e você fosse morrer. É assim que você está se sentindo hoje? Me conte mais como é ser isso, me conte como é ser você lutando por não ser quem você é.
Mais uma vez a escuridão te cerca, o silêncio paira pelo ar, eu sei que não é porque você deseja isso, tudo é consequência da sua incapacidade de aceitar você. Então tire o monstro da sua vida, quebre ele em quantos pedaços for necessário, mas não o deixe te controlar como ele tem feito, não mais.