julho 18, 2012

VI/18

Eu tentei falar, minha voz foi engolida por sua ausência, por sua falta de atenção e algo mais peculiar.
Na verdade acho que sempre idealizei o que nunca foi, é ou será possivel. Sonhos que ao meu ver são sempre sonhos. Uma felicidade que nunca será alcançada.
Não é pessimismo, é um realismo fortemente marcado por essa personalidade que as pessoas dizem ser diferente, marcada pela diferença do meu ser. Um realismo do qual me orgulho por me ajudar a não mais quebrar minha cara e chorar logo depois, sofrer sozinha e calada.
Não sou mais assim, estou ciente do que pode acontecer, do que pode vir mais adiante e só uma coisa lhe digo: não tenho mais medo.
O medo foi embora, sei que vai acontecer, não vou impedir que aconteça, porque o que tiver de ser não deve ser interrompido. Eu só espero que isso seja bom pra você, porque pra mim nunca será bom, nada o que acontece nessa vida é bom.
Enquanto isso fico aqui escutando a chuva e o vento, vendo o que foi deixado para trás e imaginando como seria.
Queria seu abraço, seu sorriso, seu cheiro e um sussuro delicado que consegue me envolver e balançar minhas estruturas. Preciso disso.

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