4 de julho, ela despertara e seus olhos se abriam lentamente com medo do que poderia vir a acontecer naquele dia.
Mais um dia frio, já tinha se acostumado com isso. Dias frios, pessoas frias e almas vazias, se é que existia uma alma em cada pessoa.
Se arrumou. Muitos agasalhos como de costume para aguentar o vento que cortava seu rosto e secava todas as esperanças que um dia teve. Mais um dia sem sol, apenas mais um dia.
Na rua encontrava todas aquelas pessoas, aquele mar de gente que todos os dias se prestam a levantar e serem escravizados por um sistema xucro. Ruas cheias de pessoas vazias, sempre foi assim.
Olhava para aqueles rostos e não sentia ninguém, todos apressados e passando por cima uns dos outros.
Nas esquinas encontravam-se manifestantes e policiais, nas praças crianças e emissoras de tv mostrando o quanto era belo o lugar em que vivia, o quão harmonioso tudo era. Bibliotecas cheias, mas cheia de livros, porque não há ninguém que se interesse pela leitura.
Ouvia risos sarcásticos de pessoas falsas que a cercavam. Elas olhavam para sua cara e riam, mas porque ela se perguntava? Mais um riso irônico e sarcástico e a vontade de esfolar aquela pessoa repugnante era grande.
Ela estava se desligando do mundo, ela vai conseguir. Confie em si mesma, sempre.
Confiar...
ResponderExcluirEm si mesma, para um bom começo.
Em mais alguém, para uma boa jornada.
Na humanidade, para não perder a esperança.