julho 03, 2012

O real inverno

Ouvia o som da chuva que vinha lá de fora, mas o som dos batimentos do coração se perderam, foram camuflados pela solidão. Sua face agora era pálida, gélida e totalmente sem vida. Seu coração fora substituido por um iceberg, não queria sentir mais nada, se obrigava a acreditar nisso todos os dias em que levantava, isso se tivesse coragem de levantar...
Já 7:30am, era hora de levantar. As gotas daquela chuva suave e delicada lá fora escorriam pela janela, fazia frio, sabia que seria um daqueles dias de casa, comida e depressão. Pelo menos havia aceitado a situação.
Sentou-se em sua cama, refletiu sobre a vida, injusta, e sobre como acabaria aquele dia. LEvantou-se e correu para fazer seu chá preferido, aquele chá Oolong bem forte e sem açucar, porque mesmo sua vida sendo amarga, ela preferia o amargo ao doce.
Tão delicada, tão emotiva, não aparentava ser assim.
Saiu de casa cabisbaixa, aquele fones eram maiores que sua cabeça. Aquele guarda-chuva sempre a acompanhava, fosse em dia de sol ou de chuva. Aah, chuva! Dias chuvosos a forçava a esboçar um leve sorriso. Dias de sol sempre a deixava mais depressiva. Pessoas na rua e sua nudez... pra que?
Todos a olhavam na rua, parecia um bicho do mato, ninguém chegava perto, sua aparência era de um zumbi.
Mas a verdade é que mesmo assim... ela sabia o que precisava, ela precisava de si mesma.

Um comentário:

  1. “Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” - John Donne

    Não sei se casa com esta blogagem sua, mas a ideia é válida para qualquer pessoa, em qualquer tempo - especialmente quando nos sentimos solitários.

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