Saudade de casa, do cheiro de terra molhada no final de tarde, do som das acerolas caindo no chão e os gatos brincando com tudo que se movia, da jabuticabeira fazendo sombra naquele banco do qual reclamei anos da minha vida, saudade de colo de mãe, de felicidade, de amor verdadeiro, de mais vocês e menos eu. Menos egoísmo, menos solidão, menos estresse e preocupação, menos peso de carregar as tristezas e desgostos da vida.
Mais sentir-se viva, mais abraços, mais eu te amo, MPB no rádio e todo mundo sorrindo, cheirinho de roupa guardada e do café de meu vô, histórias sobre a guerra, sobre a vida difícil e a vitória por ter persistido e nunca desistido, da comida da mãe, empada do pai, guerra de travesseiro e aviõezinhos com os irmãos, futebol em família, lambidas dos cachorros, arranhados dos gatos, pelo branco na roupa preta, pelo preto na roupa branca...
Aquele tempo em que passou e o que restam são as lembranças que afloram na mente como uma manhã de domingo de 1998, sentindo o cheiro do almoço na mesa, da fruta do maracujá no pé e as vespas as quais me davam medo.
O medo hoje é de continuar e de saber que o nosso futuro é o que menos sabemos, a maior incerteza da vida, um espetáculo ao qual vemos passar e acabamos não participando.
Chega de viver assim, chega de alimentar sua vida com lembranças do passado e esquecendo o presente. Participarei da minha vida, eu sei que tenho muito a fazer.
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